sábado, 2 de outubro de 2010

Flex, você ainda vai ter uma

Começava o dia e a partida da Twister demorava um pouco mais que o normal para fazer o motor funcionar. No tanque, apenas álcool. Com a marcha lenta ainda irregular, acelerei para a primeira volta numa motos flex, quem diria, cinco anos depois do lançamento do sistema que mexeu tanto com o mercado de automóveis. Hoje, o domínio dos carros flex chega a 86% das vendas de 0 km. Finalmente, está chegando a vez das motos.

Viajamos a Piracicaba, interior de São Paulo, para conhecer o processo de desenvolvimento do sistema bicombustível e rodar com os primeiros protótipos montados pela Delphi, fornecedora de injeção eletrônica da indústria automotiva. Ao lado da Magneti Marelli, é a fornecedora que tem o sistema em fase mais adiantada de desenvolvimento. Não por acaso as motos que nos esperavam para a avaliação na pista eram a Honda CBX 250 Twister e uma Yamaha YBR 125. É bom explicar, não significa que serão as primeiras a serem lançadas, mas que a novidade provavelmente virá destas fabricantes. São as que há mais tempo trabalham no desenvolvimento do sistema com as fornecedoras de injeção eletrônica. A equipe da Delphi também confirma que a opção de abastecer com álcool e/ou gasolina estará disponível primeiro justamente nas motos de baixa cilindrada.


Visualmente, as únicas diferenças nas motos é o sistema de injeção no lugar do carburador, a sonda lambda (sensor de oxigênio) “plugada” na curva de escape e uma luz-espia amarela no ser ainda maior se os motores tivessem a taxa de compressão elevada como pede o álcool, mas isso exige alterações mecânicas que devem ficar para uma segunda fase do sistema flex nas motos, como já ocorreu com os automóveis. “Em 1998, os carros partiram do projeto de motor a gasolina para rodar com álcool. A taxa de compressão ficava em torno de 8:1, mas agora já chega perto de 13:1 nos flex mais recentes”, explica Campos, da Marelli.
O consumo das motos aumenta de 20% a 30% (na YBR, da média de 37 km/litro para 30 km/litro e na Twister, de 23 km/litro para 18,4 km/litro), o que ainda faz do álcool a alternativa mais econômica em boa parte do País. Resta saber se os fabricantes de motos já pensam em aumentar a capacidade dos tanques para compensar a perda de autonomia.

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